segunda-feira, 29 de junho de 2020

Insegurança alimentar e nutricional


Hoje o assunto deste post será a insegurança alimentar que atravessa a população negra, e que quando discutimos insegurança alimentar e nutricional estamos discorrendo sobre um direito à alimentação que na maioria dos casos para grupos de maior vulnerabilidade social isso é negado. Um assunto de carácter urgente, pois implica em demandas de uma população que ocupa majoritariamente nosso país. Fomentar este assunto é desencadear a reflexão crítica sobre o silenciamento das pesquisas à respeito saúde da população negra, a precarização das relações trabalhistas e de acesso à terra e que isto então dialoga diretamente em uma mudança de hábitos e práticas alimentares com um maior consumo de alimentos industrializados e uma diminuição do consumo de alimentos in natura.  

Toda essa problemática permeia e afeta a população negra há tempos, se analisarmos cautelosamente e de forma critica é perceptível que parte significativa da população negra, especialmente as residentes em comunidades  quilombolas ou  periferias, apresenta condições de alta vulnerabilidade social e econômica resultantes do processo de escravidão a que foi submetida durante mais de 300 anos no Brasil e da sua não inclusão à cidadania após a abolição, já que foram mantidos à margem da sociedade, sem emprego, moradia, educação e alimentação básica , que se enquadram como direitos fundamentais.


Esse conjunto de fatores contribuíram para a construção da herança social deixada pela escravidão e a partir dos chamados ´´desertos alimentares´´. Os desertos alimentares indicam as regiões onde o acesso a alimentos nutritivos são mais difíceis, consequentemente diminuindo seu consumo. Os desertos alimentares podem ser uma  consequência do planejamento urbano, onde as regiões mais afastadas e periféricas têm  menos acesso a alimentos frescos, o que gera um alto consumo de ultraprocessados.

O dado da pesquisa Vigitel 2018 – População Negra, que analisou hábitos da população em 26 capitais e no Distrito Federal, por meio de entrevistas telefônicas discorre que o consumo regular de frutas e hortaliças é 33% menor na população negra em relação à branca. Enquanto 39% dos brancos consomem esses alimentos pelo menos cinco dias da semana, o percentual é de apenas 29% na população negra. O baixo consumo de alimentos in natura é um fator de risco para diversas doenças crônicas, segundo o Ministério da Saúde.

O consumo abaixo da média na população negra também se justifica pela rotina deste grupo, o ato de cozinhar requer tempo e a população negra está inserida em contextos de jornada de trabalho e empregos que exigem mais força física e mais intensidade, em termos de carga horária, e maior tempo de deslocamento para o trabalho. Portanto resultam em mais desgaste e estresse e maior tempo consumido. Logo, o tempo de preparo da alimentação torna-se reduzido e os alimentos saudáveis que requerem cozimento são substituídos por opções industrializadas mais práticas e mais baratas.

Recapitulando a situação como um todo e encarando os fatos com um olhar sociopolítico denota-se  o racismo institucional que tem como uma das suas ferramentas de extermínio já comentada por aqui que seria o genocídio da população negra pelo Estado. Verifica-se também o nutricídio como outra ferramenta para manutenção do racismo institucional. É imprescindível a criação do debate sobre acessibilidade de uma alimentação natural para a população mais pobre, valorizando o resgato de tradições alimentares e conhecimentos ancestrais acerca do nosso modo de nos alimentar e com a contribuição efetiva de políticas públicas.

A alimentação é um dos pilares da vida, e com isso se torna um fator de extrema importância e relevância, é necessário que haja a implementação efetiva de um número considerável de politicas públicas de saúde dando enfoque aos impactos no âmbito da segurança alimentar de homens e mulheres negras, além disso é necessário viabilizar o acesso a alimentos in natura com ações que resultem na queda de preços, fazendo com que esse classe social tenha um incentivo maior para incluir de forma constante esses alimentos tão ricos nutricionalmente no consumo rotineiro, e desse modo ir resgatando aos poucos a segurança alimentar  dessa numerosa população.

Abaixo o vídeo da Mesa-redonda: Soberania e segurança alimentar e nutricional da população negra com a palestrante Luana de Brito (Nutricídio e Segurança Alimentar da População Negra - TERSAN). Acesse pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=HNy7R0Ejgrk&t=20s





Referências: 

FIGUEIREDO, Patrícia. Consumo regular de frutas e hotaliças é menor na população negra, diz Ministério da Saúde. Disponível em <https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2019/09/27/consumo-regular-de-frutas-e-hortalicas-e-menor-na-populacao-negra-diz-ministerio-da-saude.ghtml> Último acesso 26/06/2020.

Romulando, J., & Campos, P. F. (2019). Saúde da população negra no Brasil. Revista Ingesta, (1(2), 111. https://doi.org/10.11606/issn.2596-3147.v1i2p111

GOES, Carlos; PORTO, Amanda. Especialistas negras chamam atenção para foco em gênero e raça nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Disponível em <https://saude.rs.gov.br/saude-da-populacao-negra>. Último acesso 26/06/2020.




terça-feira, 16 de junho de 2020

Quais são suas referências musicais?


Fonte: Armazen do Vinil 

BLUES 


Robert Johnson, Ella Fitzgerald, B.B King, Billie Holiday, Louis Amrstrong, Etta James, John Lee Hooker, estes são apenas alguns nomes que se tornaram referência no mundo do blues. Você já ouviu ou procurou saber mais sobre estas pessoas? Aliás, uma pergunta mais intrigante, quais são suas referências musicais?

O blues surge num contexto da necessidade de uma nova expressão da cultura musical da população negra, população está escravizada nos campos de algodão no sul dos Estados Unidos, mais especificamente nas fazendas que se localizam à margem do rio Mississipi por volta de 1870. O blues representa na sua essência uma expressão que grita e navega entre uma maneira de expressar e ao mesmo amenizar o sofrimento dessas pessoas tragas da forma mais violenta da África para a América. Um estilo musical que carrega a valorização das origens étnicas do povo negro americano. 

O blues foi uma das principais fontes de todos os gêneros musicais americanos: jazz, soul, disco, rock'n roll, uma boa parte da música pop, da corrente folk urbana nos anos 60 e mesmo, de modo significativo, da música country em todas suas derivações. 

Gravada pela sua principal intérprete Billie Rolidey, a canção Strange Fruit escancara a situação brutal do racismo e seu gosto amargo existente nos EUA. A cantora construiu uma estranha reputação ao longo do tempo, desde que foi gravada pela cantora em 1939. Foi admirada e odiada na mesma proporção, em virtude dos efeitos devastadores que provocava pela voz de Billie.  



Strange Fruit

Southern trees bear strange fruit,
(Árvores do sul produzem uma fruta estranha,)
Blood on the leaves and blood at the root,
(Sangue nas folhas e sangue nas raízes,)
Black bodies swinging in the southern breeze,
(Corpos negros balançando na brisa do sul,)
Strange fruit hanging from the poplar trees.
(Frutas estranhas penduradas nos álamos.) 

Pastoral scene of the gallant south,
(Cena pastoril do valente sul,)
The bulging eyes and the twisted mouth,
(Os olhos inchados e a boca torcida,)
Scent of magnolias, sweet and fresh,
(Perfume de magnólias, doce e fresca,)
Then the sudden smell of burning flesh.
(Então o repentino cheiro de carne queimando.)

Here is fruit for the crows to pluck,
(Aqui está a fruta para os corvos arrancarem,)
For the rain to gather, for the wind to suck,
(Para a chuva recolher, para o vento sugar,)
For the sun to rot, for the trees to drop,
(Para o sol apodrecer, para as árvores derrubarem,)
Here is a strange and bitter crop.
(Aqui está a estranha e amarga colheita.)

Referencias :

ALVES, Amanda. Do Blues ao movimento pelos direitos civis: o surgimento da ‘’black music’' nos Estados Unidos. Revista de História, 3, 1 (2011), p. 50-70. Acesso em: 10/06/2020.

Geledés Instituto da Mulher Negra. Disponível em: <https://www.geledes.org.br/a-historia-de-uma-cancao-impiedosa-sobre-o-racismo-nos-eua-strange-fruit/> Acesso em: 10/06/2020.

Letra Disponível em: <https://www.letras.mus.br/billieholiday/177349/traducao.html> Acesso em: 10/06/2020.

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Matemática Africana quando e onde ?



Willian José da Cruz[1]
Silvia Patrícia da Silva Pereira[2]
Ana Cristina Silva Pereira [3]



Matemática Africana quando e onde? Esta questão parece muito pertinente. Quando e onde está sendo discutida a Matemática Africana no ambiente escolar? Nas aulas de Matemática? Este texto está baseado nos trabalhos de conclusão de curso de Ana Cristina e Silvia Patrícia, orientada e co-orientada por Willian Cruz, que fizeram estudos sobre a Matemática Egípcia no ensino de Matemática e o multiculturalismo com ênfase na introdução da Matemática Africana no ensino.

A Lei nº 10.639/2003 tornou obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileira, bem como da história da África e dos africanos nas escolas públicas e privadas do Brasil. Essa temática, na maioria das vezes, fica restrita à disciplina de história, em sua grande maioria, mas deveria perpassar todas as disciplinas. Não podemos responder por outras disciplinas, mas em relação à Matemática, o que se percebe é que não há um trabalho explícito nesta direção. 

Na América Latina, as lutas pelo reconhecimento das diferenças sociais e culturais possuem uma longa história. Um marco significativo desta história se instaura no Brasil com a constituição de 1988 e sua defesa a favor do multiculturalismo brasileiro.

No Brasil, vivemos em uma sociedade composta por distintas raças, religiões e padrões culturais. Nesse conjunto de diferenças surgem os conflitos.  Parte deste problema é reflexo da imposição de uma cultura e/ou uma raça que a sociedade e consequentemente a escola apresenta sobre outra.
D’Ambrósio (2017), afirma que o multiculturalismo está se tornando a característica mais marcante da educação atual devido à grande mobilidade de pessoas e famílias, e, para ele, as relações interculturais se tornarão muito intensas.


No âmbito educacional, a escola sempre teve dificuldades em lidar com a pluralidade e a diferença. Pois tende a silenciá-las e neutralizá-las. Sentem-se mais confortável com a homogeneização e padronização impostas pelo poder das elites.

 Assim uma das questões fundamentais que são urgentes para serem trabalhadas no cotidiano escolar é a diversidade, pois há a necessidade de proporcionar aos alunos conhecimentos das diversas culturas do país, ampliando o saber nos diversos tipos de manifestações culturais de cada grupo.

As atividades educacionais que produzam conhecimento sobre diversidade cultural, tanto na escola quanto fora dela, são essenciais para ampliar e fortalecer os debates contra a discriminação racial. A escola não pode se tornar um instrumento de reprodução de preconceitos, mas sim um espaço no qual se promova e valorize a diversidade que enriquece a sociedade brasileira.

Como desenvolver esse debate em aulas de Matemática? A História da Matemática nos oferece um campo de discussão bastante significativo para o debate e a valorização de atividades desenvolvidas pelos povos africanos. A Matemática Africana é pouco abordada em aulas de Matemática tanto de escolas públicas quanto de escolas privadas.

Quando nos referimos a História da Matemática, para alguns vem à mente a Matemática  Grega, mas com um olhar mais atento aos nossos estudos, vamos encontrar, por exemplo, os povos egípcios, que quase sempre são tratados como se fossem separados do continente africano. Pouco se observa a relação entre a civilização Egípcia e a África Negra.

Roque e Carvalho (2012) dissertam que entre os povos antigos os egípcios foram bons matemáticos, apesar da ausência de sistematização rigorosa e não empírica. Contudo, entendemos que esta cultura, também tem um amplo saber cientifico.

Katz (1996) disserta que a civilização egípcia data de cinco mil anos ou mais. Embora existam poucos documentos que datam desse período, há evidências arqueológicas de que os egípcios desenvolveram alguns conceitos matemáticos básicos no início do tempo. 

Os principais documentos matemáticos egípcios que existem datam da primeira metade do segundo milênio. Forde (2017) afirma que o Egito Antigo nos concedeu inúmeras fontes que deixam evidentes os registros sobre a anterioridade do desenvolvimento matemático africano. Assim, a Matemática, junto com todo o conhecimento egípcio, chegou a nós por meio dos hieróglifos gravados em papiros. Dentre eles os mais importantes são: o Papiro de Rhind ou Ahmes, datado de 1650 a.C (é um texto matemático na forma de um manual prático, contendo 85 problemas matemáticos), que pode ser visto no Museu Britânico em Londres na Inglaterra; e o Papiro de Moscou com data de 1850 a.C (um texto matemático com 25 problemas matemáticos), localizado no Museu do Estado de Belas Artes Pushkin em Moscou na
Rússia. 

Estudos apontam que há alguns esforços por parte de professores de matemática, na tentativa de realizar inclusões de atividades pedagógicas que envolvam o conhecimento da História da África. No entanto, por vezes a própria instituição não se empenha na promoção de um ensino voltado para a diminuição das desigualdades étnico-raciais.

A influência da cultura africana, favorecendo o ensino e a aprendizado da Matemática, fundamentada numa concepção etnomatemática, pode facilmente ser observada por meio do uso de jogos e materiais concretos, pois esta é uma das maneiras que possibilita a realização de um trabalho transdisciplinar e intercultural nas aulas de Matemáticas.

Para além de todas as técnicas e conhecimentos da Matemática Africana, ressaltamos a urgência na valorização do negro quanto produtor de conhecimento matemático que deu base ao desenvolvimento de várias sociedades, inclusive a nossa.

AUTORES:
 [1] Doutor em Educação Matemática pela Universidade Anhanguera de São Paulo (UNIAN - SP). Professor efetivo do Departamento de Matemática da Universidade Federal de Juiz de Fora. E-mail: williancruz990@gmail.com.

[2] Licenciada em Matemática pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, Campus Pouso Alegre – IFSULDEMINAS. E-mail: silviabemol@hotmail.com

[3] Mestranda em Educação em Ciências pela Universidade Federal de Itajubá, Campus Itajubá (UNIFEI). E-mail: thafnes@hotmail.com 


REFERENCIAS:

BRASIL, Lei 10.639 de 9 de Janeiro de 2003. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnicos Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. MEC/SECAD. 2005.

D’AMBRÓSIO, U. Etnomatemática: Elo entre as tradições e a modernidade. 5. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2017.

FORDE, G.  H.  A. A presença africana no ensino de matemática: análises dialogadas entre história, etnocentrismo e educação. Dissertação (Mestrado em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, Vitória, 2017.

KATZ, V. J. Egyptian Mathematics. In: História e Educação  Matemática. Associação de Professores de Matemática , V 1. Braga - Portugal, jul.1996.
ROQUE, T.; CARVALHO, J. B. P. Tópicos de História da Matemática.  Sociedade Brasileira de Matemática,  2012.[ Coleção on-line do PROFMAT].


PEREIRA, Ana Cristina Silva Pereira.  A História da Matemática Egípcia e sua Ressonância no ensino. 2019. 46 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação). Instituo Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, Pouso Alegre 2016-2019.

PEREIRA, Silvia Patrícia da Silva. A Influência da Cultura Africana no ensino de Matemática. 2019. 59 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação). Instituo Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais, Pouso Alegre 2016-2019

IMAGEM: Disponível em <https://www.matematicaefacil.com.br/2016/08/matematica-continente-africano-sona-desenhos-matematicos-areia.html?m=1> Ultimo acesso 15/06/2020.

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Quais são suas referências musicais?


Hip Hop 

O ano é 1970, e em uma das periferias da cidade de Nova York nasce uma expressão cultural que incluía o rap, djing, breakdance e o grafite. Tendo influencias de latino-americanos,jamaicanos e afro-americanos que se situavam ao sul do Bronx,tendo Afrika Bambaataa seu representante e fundador.

Passado algum tempo o movimento ganha nome, e fica conhecido como hip hop, devido a sua forma de manifestação, gradativamente elevava sua relevância e influencia no cenário social. Seu berço de surgimento era o Bronx, uma região pobre e repleta de negros, devido a esses fatores sociais e econômicos não havia espaço para que os jovens se expressassem e com isso começaram a ocupar e se organizar nas ruas, onde se expressavam de diversas formas.

Desde o principio, atuou como movimento de afirmação cultural entre os negros que vivenciavam diversos problemas sociais como o racismo,violência, miséria, problemas de educação entre outros.

Advindo da periferia nova iorquina o Hip Hop chega ao Brasil no final da década de 1980, via industria fonográfica dando maior enfoque ao rap, chegando primeiramente no estado de São Paulo. É um movimento com varias tendências internas, mas que pauta-se pela denúncia da exclusão social e pela discussão de questões relativas á história e á identificação dos negros.

Nas ruas de São Paulo, grupos de periferia começaram a promover encontros na galeria 24 de Maio e na estação de metrô São Bento para escultar as músicas vindas do Bronx, acompanhados de novos passos de dança.Os primeiros frequentadores do local foram os dançarinos de break, e um dos grandes percussores desse estilo ficou conhecido como Nelson Triunfo se tornando um dos principais dançarinos do Brasil.

Trazendo assuntos de extrema relevância presentes nas periferias e na realidade de jovens negros, alguns Rappers foram essências para que o movimento se estabelecesse e fortifica-se aqui, se expressando com versos e rimas criavam raps que causavam reflexões importantes aos ouvidos que ecoavam. Alguns ficaram bem conhecidos na cena do rap tais com Thaide, Racionais MC´s, Rappin Hood e Sabotage, Dj Hum além de rapper criava  um mix de beats  aumentando a musicalidade dos versos de rap e incrementando traços do som do Brasil.

Formado por quatro elementos - o rap (música), o break (dança) , o grafite (desenho) e o djing ( beats) - ao chegar no Brasil ele foi influenciado pela cultura local e adquiriu novos traços e novas formas de manifestaçãoDevido à influência cultural brasileira no movimento, só o Hip Hop brasileiro tem rap com um pouco de samba, break parecido com capoeira e grafites de cores nitidamente mais vivas e os beats produzidos pelos Djs com uma musicalidade bem eclética e misturada assim como a cultura brasileira.

É necessário salientar que, apesar do rap ser mais difundido no Brasil, ele é apenas uma das vertentes do movimento hip hop, que ao todo conta com quatro vertentes como já mencionado acima, todas elas possuem uma grande importância para a comunidade negra, pois  possibilita transmitir nossos manifestos por diversas formas de expressão, seja pela eloquência de um verso, a musicalidade de um beat, o gingado de um corpo ao dançar break e aos desenhos representados por grafiteiros, todo esse conjunto compõe o movimento Hip hop que por sua vez contribuiu muita para cultura negra.

Essa mistura com elementos brasileiros é motivo de orgulho para o Hip Hop brasileiro, que tende a uma valorização crescente dos elementos nacionais em um movimento importado dos EUA.


Referencias :

Disponível em <http://www.comciencia.br/dossies-1-72/reportagens/negros/09.shtml> Último acesso em 05/06/2020.

´
Imagem disponível em <https://pedefigo.com/o-hip-hop-no-brasil/> Último acesso 
05/06/2020.

Disponível em <https://www.redbull.com/br-pt/music/O-surgimento-da-cultura-hip-hop-no-Brasil> Último acesso em 05/06/2020.

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Termos Racistas Que Muitos Não Conhecem


Durante séculos o Brasil foi um país colonizado, e teve os negros como mão de obra escrava, os que detinham o poder acreditavam que eram superiores a raça negra e com atos extremamente sórdidos causavam grande sofrimento ao nosso povo.

Ainda nos tempos de Brasil Imperial o Brasil já estava instaurado e atuava em diversas esferas sociais para prejudicar a população negra, excluindo dos mesmos a liberdade, educação, trabalho e moradia. A partir desse contexto social era construído o racismo estrutural que tem uma abrangência de grande peso na sociedade até os dias atuais.

Os negros foram marginalizados e mantidos como subalternos por diversas gerações, vistos como inferiores e atribuídos a sujeira, e tudo isso refletiu-se nas próximas gerações, não é por menos que as tarefas mais árduas, as piores remunerações e as formas mais cruéis de castigo ainda são reservadas aos pretos.

A sociedade brasileira foi criada para ser racista e muitas vezes nem percebemos ou percebemos e não rompemos esse ciclo vicioso. Da mesma maneira que o racismo estrutural foi construído, é possível fazer uma desconstrução a partir de questões simples do nosso cotidiano, como, por exemplo, termos racistas que reproduzimos sabendo ou até sem saber que eles foram criados a partir de uma perspectiva discriminatória.

Veja alguns exemplos abaixo :




Referências:

Disponível em <https://www.google.com/amp/s/www.geledes.org.br/entenda-o-que-e-racismo-estrutural/amp/> Último acesso em 03/06/2020.

Material de imagem por: @danilinho e @levikaiquef .