sexta-feira, 22 de maio de 2020

Valorização da estética negra como ato político



A estética negra esta relacionada ao bem-estar e a construção da autoestima das pessoas negras, incluindo crianças até idosos. Sendo considerada também como um ato político em toda essa esfera em que estamos inseridos. 

Após muitas décadas, finalmente uma parcela significativa da comunidade negra brasileira iniciou um processo de autoaceitação e autoestima, explorando áreas como a moda e estilos próprios para o cabelo crespo. Consequentemente a moda ´´black´´ se disseminou e contribuiu para que aumentasse a auto estima de muitos de nós.

Devido a essa estética em particular, mulheres e homens negros tem se amado cada vez mais, e o mais importante, resgatando sua raiz cultural e repassando essa herança para as próximas gerações.

Enxergar-se bonito e acolher seus adornos corporais é algo que pode levar muito tempo em nosso meio, e quando uma mulher negra faz isso, é um ato muito expressivo e relevante em diversos sentidos. Nota-se que essa recusa em aderir o padrão eurocêntrico torna-se uma atitude política. 

O mercado que traz um pouco de representatividade é bem extenso, em questão de vendedores e grandes marcas, com uma serie de produtos como turbantes, brincos, colares e estampas africanas. No entanto, é crucial que haja uma valorização dos nossos  pequenos empreendedores negros, que ofertam esses produtos sem muita visibilidade.

Nadando contra a maré, negros e negras negam a imposição do embranquecimento e colonização dos seus conceitos de beleza, exibindo com muito orgulho tranças, black powers, estampas africanas e outros símbolos que reforçam sua identidade étnica. Nós iremos continuar resistindo assim como resistiu Zumbi dos Palmares, e nessa caminhada chegaremos mais perto da equidade social e libertação da população negra.

Soneto do Entrelace
Em um simples entrelace nasce uma história.
Refrescando meus devaneios e memórias.
Trazendo consigo um legado de lutas na trajetória.

Um entrelace de cultura.
Sua trança é bem mais que estrutura.
Um presente histórico que se alia a sua desenvoltura.

Um simples entrelace seria apropriação?
Quem melhor para responder se não os olhares dos cidadãos?
Em pele branca é visto como estilo e organização.
Em pele negra é visto como sujeira e disfunção.

E quem pode usar esse entrelace?
Na prática, qualquer um que pague o trancista por essa arte.
E quem ousar se apossar, tenha consciência da cultura afro e seu devido lugar.
Somente o saber unido ao bom senso são capazes dessa causa solucionar.

Autor: Yago Neves.


Referencias:


Imagem, autor desconhecido:<https://br.pinterest.com/pin/347199452512738941/> Último acesso em 22/05/20.


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